O Banco Central (BC) decretou nesta terça-feira (18) a liquidação extrajudicial do Banco Master. A decisão ocorre em meio a investigações de fraudes e após o banco enfrentar risco de falência devido a alto custo de captação e investimentos arriscados, incluindo a prisão de seu presidente, Daniel Vorcaro, em operação da Polícia Federal.
A notícia é crucial para correntistas e investidores, que agora podem buscar a garantia do Fundo Garantidor de Créditos (FGC) para reaver parte de seus recursos.
O que é o FGC?
O Fundo Garantidor de Créditos (FGC) é uma associação privada sem fins lucrativos que funciona como um seguro para o sistema financeiro. Ele protege depositantes e investidores em caso de crises bancárias ou liquidação de uma instituição.
- Limite de Cobertura: Os saldos são protegidos em até R$ 250 mil por CPF ou CNPJ, por instituição financeira.
- Aplicações Protegidas: Incluem CDB, RDB, LCI e LCA. O valor indenizado soma o principal investido mais os rendimentos acumulados até a data da liquidação.
- Atenção: Valores que ultrapassarem o teto de R$ 250 mil ficam sujeitos ao processo de liquidação, sem garantia de recebimento.
Como realizar o reembolso pelo FGC?
O pagamento do FGC não é imediato. O processo começa após o liquidante do banco enviar a lista completa de credores ao fundo, o que pode levar cerca de 30 dias.
Pessoas Físicas:
- Baixe o aplicativo do FGC (Google Play e Apple Store).
- Complete o cadastro (nome, CPF, data de nascimento).
- Solicite o pagamento da garantia no app (só estará disponível após o FGC receber a lista de credores).
- Informe uma conta bancária de sua titularidade e realize a validação biométrica.
Pessoas Jurídicas:
- O representante legal deve solicitar a garantia pelo Portal do Investidor no site do FGC.
- O pagamento é feito por transferência para uma conta-corrente ou poupança de mesmo CNPJ.
O FGC informa que, após a assinatura do termo de solicitação, a liberação costuma ocorrer em até 48 horas úteis, se os dados estiverem corretos.
O que aconteceu com o Banco Master?
A liquidação extrajudicial ocorre quando o Banco Central encerra as atividades de uma instituição que não tem mais condições de operar, com um liquidante assumindo o controle para vender bens e pagar credores.
Pontos-Chave:
- Risco e Fraude: O banco já enfrentava dificuldades financeiras devido a altos custos e investimentos considerados arriscados, como a emissão de CDBs com taxas muito superiores à média do mercado.
- Investigação: A liquidação ocorre em meio a uma operação da Polícia Federal que investiga a venda de títulos de crédito falsos. A investigação aponta que o banco teria emitido R$ 50 bilhões em CDBs sem comprovar liquidez.
- Prisão: O presidente do banco, Daniel Vorcaro, foi preso na véspera da liquidação.
A EFB Regimes Especiais de Empresas foi designada para conduzir a administração especial do Master, e qualquer negociação de compra do banco foi automaticamente interrompida.